quarta-feira, 18 de julho de 2007

Fazenda da Esperança reconstrói homens e mulheres novos

O nome fazenda lembra uma propriedade rural, na qual são criados animais e produzidos alimentos como feijão, milho e outros produtos extraídos do cultivo da terra. Fazenda da Esperança, porém, tem significado e prática diferentes. Lá, criam-se animais e são produzidos alimentos, mas o objetivo principal é outro: “forjar” homens e mulheres novos, restaurados em sua dignidade, moral, caráter e fé, para o convívio familiar e social.

Os trabalhadores da Fazenda da Esperança são criaturas que arruinaram a vida e a de suas famílias, pelo uso de drogas. Arrependidos e decididos a mudar de vida, lutam para se livrar do vício e retornar à sociedade e ao convívio familiar.

Origem

As Fazendas da Esperança, hoje espalhadas pelo Brasil, Alemanha, Rússia, Filipinas, México, Argentina, Paraguai, Guatemala e Moçambique, num total de 40, surgiram em Guaratinguetá-SP, em 1983, idealizadas pelo Frei Hans Stapel e pelo leigo Nelson Giovanelli Rosendo dos Santos. Católico praticante, Nelson iniciou contato com alguns jovens de sua cidade que se drogavam, até que um deles pediu ajuda para se livrar do vício. A partir daí, começaram a viver em comunidade, numa casa, na cidade, onde colocavam em prática “a lei do evangelho”. Posteriormente, a experiência deu origem à Fazenda da Esperança.

No Rio Grande do Norte, a Fazenda da Esperança foi inaugurada em março de 2003, na Serra do Mel. Uma propriedade de 78 hectares foi doada pela Paróquia de Areia Branca à Obra Social Nossa Senhora da Glória, instituição mantenedora das Fazendas. Hoje, a Fazenda abriga 40 internos, mas tem capacidade para receber até 50. Cada um deles passa um ano, vivendo em comunidade, a partir da experiência do Evangelho, na partilha dos bens e na divisão das tarefas diárias da propriedade.

“Ninguém é obrigado a permanecer aqui. Mas, quem decide ficar, tem que cumprir três exigências: pobreza, castidade e obediência”, prega o Pe. Robério Camilo da Silva, Vigário Geral da Arquidiocese de Natal e um dos que dão assistência espiritual aos internos. Uma vez por mês ele visita a Fazenda, leva amigos para conhecer o trabalho, dirige a Palavra de Vida e a partilha com os internos e preside a missa.

Peguei na mão do Papa

Todos os internos da Fazenda da Serra do Mel participaram do Encontro com o Papa, em São Paulo, no mês de maio deste ano. “O encontro com o Papa foi uma experiência única; foi uma aventura”, diz André Luiz. “Eu peguei na mão do Papa. A experiência diante de Deus é diferente do que sentimos diante da sociedade. Quando a cobrança é da sociedade, passamos por cima. Quando é de Deus, não temos como passar por cima”, conta Roberto Thaylor, ex-dependente, hoje voluntário da Fazenda.

Para ele, o encontro com o Papa foi a confirmação de que a Fazenda da Esperança é uma obra de Deus. “Hoje, tenho certeza de que não volto a cair”, assegura. Ele ingressou na Fazenda da Esperança de Pacatuba-CE, em setembro de 2003. Como voluntário, já trabalhou na Fazenda Pe. Ibiapina, na Paraíba, e, agora, está na da Serra do Mel.


Por Cacilda Medeiros - Assessoria de Comunicação da Arquidiocese de Natal

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