Exaltação da Santa Cruz – 14 de Setembro

Perto da cruz de Jesus, permanecia de pé sua mãe... (Jo 19,25)

Quando levantaram do chão a cruz, a Mãe se aproximou.

Não tinha palavras. Apenas uma dor que lhe transpassava o coração, como havia sido predito. Cada batida do martelo a pregar seu Filho, cravavam-na no mesmo madeiro.

E, no entanto, Ela conhecia as Escrituras e sabia, desde muito, quem seria aquele Servo Sofredor. E havia chegado o dia do grande sofrimento.

O dia da cruz.

Não mais o teria em seus braços, ainda que estivesse de braços tão abertos, porque, do alto daquele Calvário, Ele abraçava o mundo inteiro, reunindo e redimindo toda a humanidade.

Mãe e Filho apenas se olhavam e se compreendiam. Como sempre fizeram.

Não tinha palavras. Fazia suas as do Filho que chamava pelo Pai, que perdoava seus algozes, que ainda se preocupava com a mãe e com os discípulos que deixava, que entregava seu espírito. E depois, o silêncio.

O silêncio da cruz a clamar mais forte que todos os gritos da terra.

Quando tiraram Jesus da cruz, a Mãe não se afastou.

Não tinha palavras. Recebia nos braços aquele corpo desfigurado e doía-lhe pensar que, um dia, o recebera pequeno e frágil. E que cuidara dele com todo amor que um coração podia conter e extravasar.

Lentamente, retirou a coroa que fazia do Filho um rei aparentemente fracassado.

Quando o colocaram no lençol para o levarem, a Mãe se voltou.

E abraçando apaixonadamente a cruz, gravou-a fundo na alma, para decalcá-la com perfeição no coração de todos os filhos que, naquele Calvário, lhe tinham sido confiados.


CatólicaNet

Pe. Edmundo Kagerer, um missionário a serviço de Caicó

O Pe. Edmundo Kagerer, sacerdote da Diocese de Linz (Áustria), nascido na cidade de Oberkappel, veio para o Brasil servir à Igreja Diocesana de Caicó, iniciando seus trabalhos como Vigário Paroquial da Paróquia “São José”, em novembro de 1969. Desde então sua dedicação ao povo caicoense tem sido de extrema importância para a realização de inúmeros projetos religiosos e sociais. Hoje, as marcas da sua atividade sacerdotal são facilmente identificadas nesta sede da Diocese do Seridó.

O povo compreendeu muito bem a sua linguagem fraterna de solidariedade nas alegrias e nas dores. Sua presença simples junto à comunidade, procurando o melhor jeito de cuidar dos idosos e das crianças, dos sem recursos e sem apoio oficial. Nesta proximidade ao povo ele se fez intérprete das suas necessidades e reuniu forças para conseguir sonhar com os que aspiram dias melhores.

Foi assim que, no Abrigo Pedro Gurgel, ele se empenhou com as Irmãs da Caridade para acolher os idosos com mais amor e mais dignidade. Ali ele fez um grande bem. Depois, vendo crianças sem educação e sem acompanhamento adequado, trouxe para Caicó as Aldeias SOS. Sua luta foi vitoriosa e as crianças ganharam lares e cuidados. Na zona leste de Caicó, voltou-se para as necessidades sociais da comunidade e nasceu o Centro Social Santo Estêvão Diácono e a Igreja Paroquial “Santo Estêvão Diácono”, dentre outras iniciativas.

A Diocese de Caicó é especialmente agradecida a Pe. Edmundo pelos relevantes trabalhos pastorais e sociais, pelo seu empenho na construção do Centro Pastoral Dom Wagner, da Residência Episcopal Betfagé, da Igreja Santo Estêvão Diácono, do Centro Social Santo Estêvão Diácono e na reforma e ampliação do Abrigo Pedro Gurgel, entre outros.

O ministério sacerdotal, vivido do pedestal da humildade e do serviço aos irmãos, tem valor inestimável. Quem conseguirá exprimir tanto bem realizado por Pe. Edmundo às pessoas simples e sedentas de Deus neste chão quente e desafiador do Seridó? Pois bem, ele, ao longo de 40 anos, regou a esperança desse povo com a singeleza da sua presença e a perseverança da sua ação benfazeja. A todos apresentou o rosto bondoso de Deus.

Sabemos da necessidade fundamental de anunciar a Palavra de Deus. O Pe. Edmundo vem fazendo isso com grande determinação durante décadas. A credibilidade da sua palavra está na sua ação amorosa pelos que precisam e as obras a que se dedicou. Podemos dizer sobre a sua ação evangelizadora: “cessem as palavras e falem as obras”! As obras falam por si mesmas. Elas não precisam de explicações. Tais obras são monumentos erguidos na cidade de Caicó a perpetuar nos corações das pessoas beneficiadas reverência e gratidão eternas.

Foi por isso que a Câmara Municipal de Caicó, fiel intérprete dos sentimentos populares, em Sessão Solene, no dia 29 de agosto de 2007, às 10 horas, prestou a Pe. Edmundo uma merecida homenagem e reconhecimento.

A iniciativa foi do vereador Raimundo Inácio Filho (Lobão), com aprovação unânime dos seus pares. As palavras dos ilustres vereadores e de outras autoridades presentes na Casa da Cidadania fizeram eco a este preito de gratidão ao Pe. Edmundo por sua atuação em Caicó e, especialmente, no Bairro Castelo Branco e adjacências.

A exposição comemorativa no Salão da Paróquia “Santo Estêvão Diácono” reavivou na memória de todos nós tantos momentos da história do Pe. Edmundo em Caicó e em suas origens. A Missa em ação de graças, na Igreja Paroquial, seguida do Jantar de Adesão, marcou o ápice das com emorações. Deus seja louvado pela vida e pelos trabalhos realizados por Pe. Edmundo! O exemplo do Pe. Edmundo Kagerer é estímulo para os padres jovens e inspiração para a ação evangelizadora da Diocese de Caicó.

Que Deus o conserve feliz, com saúde e contribuindo emeritamente para regar as sementes por ele mesmo plantadas no coração de Caicó.


Por Dom Delson