terça-feira, 28 de agosto de 2007

Pai e sua missão de amor

No mês de agosto, celebramos o Dia dos Pais e a Semana Nacional da Família, encerrada no último domingo, abre muitas discussões importantes e inadiáveis acerca das relações familiares.

O comércio aproveitou a deixa e promoveu suas vendas, despertando nos filhos o desejo de agradar aos pais com presentes. É, sem dúvida, uma ocasião bonita para os filhos manifestarem aos pais os seus verdadeiros sentimentos e toda gratidão. A paz de um domingo de agosto deve se estender para toda a vida e, por isso, quando o DIA DOS PAIS parece ter passado, nós o trazemos para nossa reflexão.

A mídia, com todo o seu poder, na ânsia de vender seus produtos, ofusca o sentido do Dia dos Pais. Um presentinho dado nesta oportunidade não substitui a presença carinhosa do filho na vida do pai. Ausência e distância impedem que a relação pai-filho seja por si mesma o valor maior que caracteriza, por um lado, a paternidade e, por outro, a filiação.

O presente mais caro que o filho pode oferecer ao pai é a sua presença respeitosa, amiga e obediente. Isso não tem dinheiro que pague, não se vende nas lojas e nem é propagado na mídia. Nenhum presente material substitui a presença, um abraço, um beijo e o reconhecimento do amor recebido.

“Amor com amor se paga”: esta máxima vale totalmente para os filhos. O amor recebido dos pais exige correspondência na mesma medida. Coisa triste é vermos pais idosos abandonados pelos filhos, colocados em abrigo de caridade sem prestar-lhes a assistência amorosa devida ou deixando toda responsabilidade sobre as costas de um irmão ou irmã que é filho de verdade. A ingratidão machuca demais e gera tanta tristeza! Honrar pai e mãe é um mandamento divino.

Não cumpri-lo é falta grave e tira do coração do filho a alegria e a paz. Quem não ama os pais não pode ser feliz.

O filho que sente em tudo o apoio do pai cresce com segurança, sabendo o que quer na vida. O pai que dá ao filho segurança, apresentando-lhe os valores permanentes da vida como a fé, a existência de Deus, a religião, a honestidade, o respeito à pessoa do semelhante seja pobre ou rico, a centralidade da verdade e do amor, experimenta a alegria de ver o filho crescer como ser humano e galgar caminhos de realização. A maior alegria do pai é ver o filho realizar-se na vida e ser feliz. É este o mais precioso presente que o filho pode oferecer ao pai: ser uma pessoa de bem. Nisso o pai vai sentir uma grande alegria e imenso orgulho.


Todo projeto bem elaborado tem obrigatoriamente três momentos fundamentais: início, meio e fim. Gerar um filho para este mundo exige começo, desenvolvimento e ápice. Nisso reside a missão do pai: gerar a vida, acompanhá-la no seu crescimento e vê-la plena e realizada. Tudo começa no amor, desenvolve-se com amor e só termina bem se for pleno de amor. O início da vida é um ato tão sublime que se constitui uma manifestação especial de Deus na união do homem e da mulher, em que o homem se reconhece como pai e a mulher como mãe. É participação no ato criador de Deus. Somente num instante de amor tão sublime o homem pode “receber” de Deus o sopro da vida e dá-lo a um filho. Daí o grandioso respeito que se deve ter no encontro amoroso do homem e da mulher que planejam ter um filho e se unem num compromisso tão sério e definitivo. Um filho é a prova inconteste do sagrado amor do homem à mulher e vice-versa, é o selo divino dessa união. Por isso, nenhum filho deve ser gerado sem amor, sem planejamento, sem um lar preparado para ele ser acolhido e sentir-se profundamente amado.

A missão do pai vai da concepção até a realização plena do filho. Por isso a presença permanente do pai na vida do filho é indispensável. Saber ser pai é ir dando espaço para o desenvolvimento do filho e incentivando-o a viver bem e a construir a sua vida com responsabilidade, alegria e amor. Os pais que fazem isso merecem receber dos filhos toda gratidão e todo reconhecimento.


Por Dom Delson

Nenhum comentário: